Inúmeros estudos em sexologia demonstram que as dificuldades conjugais (sexuais ou relacionais) são melhores esclarecidas e resolvidas durante acompanhamento com o médico sexólogo quando o casal em sua intimidade conversa sobre a dinâmica erótica no dia a dia, somando ao cotidiano momentos de intimidade erótica.
O sexólogo tem a oportunidade de avaliar e ponderar sobre as repetições inconscientes dos problemas relacionais com suas manifestações neuróticas e percepções equivocadas de sentimentos rancorosos, atitudes indesejáveis, evitação de afeto, sexo protocolar, atos falhos, palavras e olhares de rejeição.
Alguns casais querem chegar rápido demais ao status de ascensão social (e esquecem de aproveitar o percurso que levaria a intimidade) chegando ao final da jornada sem usufruir do verdadeiro prazer da intimidade. O relacionamento precisa ser vivido fÃsico e emocionalmente com conversas francas sobre variados assuntos incluindo fantasias que extravasem as ansiedades do dia a dia.
Os pensamentos invasivos que costumam acompanhar os cônjuges durante as crises multiplicam-se incessantemente boicotando e agravando a vida amorosa. Muitas vezes não existe uma causa central consistente, restando apenas insatisfações inconscientes de ambas partes refletidas pelo silencio ou vazio das conversas que dizem mais sobre a relação do que propriamente sobre o que se fala.
Com o passar do tempo, alguns casais desenvolvem protocolos rÃgidos que impossibilitam a liberdade de expressão sexual e tentam manter a conjugalidade com ganhos secundários (famÃlia protocolar) onde o eu não se faz presente
Durante o tratamento cabe ao profissional questionar e pontuar junto ao casal resistências que ampliam atitudes infantis e neuróticas dificultando a arte erótica. O sexólogo coparticipa espelhando o inconsciente reprimido das condutas repetitivas de papeis rÃgidos e desconfortáveis que perpetuam a situação
Todos os modelos humanos são evolutivos, amadurecendo com o aprendizado de superação das crises. O conflito depende do grau de resiliência e das marcações inconscientes da vida pregressa de cada indivÃduo. Aspectos socioculturais, biológicos e psicológicas também participam influindo com intensidade variada.
A sexualidade na espécie humana transpassa a genitalidade encontrando nas fantasias eróticas a criatividade necessária que potencializa a libido e predispõem ao ato sexual.
Enquanto para alguns o sexo pode ser prazeroso para outros representa medo e angustia. Aspectos como crenças errôneas, baixa autoestima, mitos, tabus, preconceitos, homossexualidade latente, frustrações sociais, influem na atitude de cada indivÃduo.
Expressar sentimentos livres de recalques demonstra desinibição para o ato sexual. Porem relacionamentos baseados em conveniência (interesse financeiro, casamento como objetivo social, etc.) ou em vÃnculos compensatórios (submissão, inabilidade social etc.) podem explicar durante o processo terapêutico os reais motivos da ausência de libido.
Durante e após a ato sexual inúmeros hormônios são liberados pelo cérebro predispondo o indivÃduo a fantasias eróticas.
Nas crises relacionais a própria atitude de gênero influi no estÃmulo hormonal pois desde a época das cavernas, cérebros masculinos e femininos reagem de formas diferentes a situações de estresse.
No homem a liberação de adrenalina obscurece o raciocÃnio logico e o predispõe para o confronto quando acuado, esta atitude é propulsionada pela Testosterona produzida em quantidade 20 vezes superior a encontrada na mulher
Na fêmea humana os circuitos para situações de estresse estão ligados a funções cognitivas, emocionais e verbais potencializadas pela produção de ocitocina (hormônio da afetividade) em maior quantidade que o homem, facilitando um temperamento mais equilibrado para lidar com o estresse emocional.
Porém estudos recentes demonstram que embora as mulheres, tenham melhor capacidade biológica em negociar a relação, estão mais vulneráveis a fatores estressantes (trabalho, casa, filhos, cuidados com o corpo, dinheiro) do que os homens
Exames de ressonância magnética demonstram que o cérebro masculino possui um número maior de neurônios nas áreas diretamente relacionadas ao desejo sexual (hipotálamo e amÃgdala esquerda), estimulando e direcionando com mais ênfase o pensamento sexual.
Nas mulheres os mecanismos cerebrais fazem com que pensam menos em sexo. O que não significa que não gostem do ato sexual.
O casal enquanto estrutura manifesta, não tem mais o peso social que possuÃa no século XX. Nos dias atuais poucas pessoas resolvem seus problemas imaginando um bom casamento. Viver como solteiro já não envergonha ninguém.
A terapia sexual tem como meta a abolição de conceitos e preconceitos impeditivos de uma vida afetiva e sexual satisfatória.
Dicas para uma boa vida sexual
Abraçar e beijar após o sexo abre oportunidade de conversas mais intimas.
Deixe os filhos fora da intimidade dos pais.
Saiba ouvir sem se posicionar como culpado ou vÃtima.
Evite acusações ou reclamações. Retire as travas, fique mais receptivo
Valorize o momento e prepare-se: Higiene, cremes hidratantes e roupas novas podem criar um clima estimulante.
A cama não é um palco para desempenho. Não valorize somente o ato sexual, perceba também os sentimentos
Desligue-se do mundo exterior, fale sobre futuro e projetos a dois.
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