Estudos recentes demonstram que durante a “pillow talk” nome dado ao momento logo após o sexo (conversa de travesseiro), os casais tendem a se abrir e dizer coisas que não falariam em situações normais.
Investigar o que o casal fala após o sexo, é uma importante ferramenta para o medico terapeuta sexual avaliar e ajudar e trabalhar a crise. O profissional avalia o grau de satisfação de cada um a respeito de acolhimento , intimidade emocional,desembaraço e gozo.
Enquanto para alguns casais este momento de relaxamento auxiliado por diversos hormônios produzidos pelo cérebro propulsiona sentimentos amorosos repletos de satisfação, para outros é sinônimo de perigo pelo medo da constatação de uma relação pobre, estagnada e sem perspectivas.
Há de se levar em conta a complexidade que envolve a função sexual de cada indivÃduo e os diversos fatores interferentes, a exemplo das influencias socioculturais, relações interpessoais, condições biológicas e psicológicas envolvidas.
O corpo fÃsico demonstra o estado de saúde e a possibilidade do corpo para o sexo. O estado psicológico fala sobre crenças, grau de autoestima e sentimentos da própria atitude erótica. No contexto social o individuo se posiciona frente a seus semelhantes diante de suas conquistas e sucesso.
O sexo na espécie humana passa pela fantasia e também pela realidade externa do casal. A sexualidade é um somatório de diversos fatores, sendo importante observar a qualidade afetiva da relação e sua importância como elo central.
O orgasmo é o produto final dos aspectos biopsicossociais que refletem a vida do ser humano e influi de forma intensa e reflexiva para o equilÃbrio do próprio ego A insatisfação e a culpabilização podem constituir-se como fatores diminuidores das fantasias eróticas dentro de uma relação.
Após o gozo com sua descarga sensorial de emoções o corpo relaxa e se prepara para a continuidade de seu ciclo natural de vida. Ansiedades, frustrações e problemas, diminuem de importância permitindo ao individuo repensar planejando metas e objetivos ao lado de seu par.
Expressar sentimentos verdadeiros seja reforçador da relação ou que demonstre insatisfação, faz com que os casais possam ter uma visão abrangente e clara quanto aos verdadeiros vÃnculos conjugais e seus possÃveis desdobramentos.
O vÃnculo de conveniência (interesse financeiro, o casamento como força maior dentro da relação, etc.) e o vÃnculo de compensação (submissão, inabilidade social etc.) podem ficar mais transparentes.
A atitude de gênero influi de maneira própria neste momento Ãntimo, pois desde a época das cavernas, cérebros masculinos e femininos reagem de formas diferentes em situações de estresse ou confronto.
A liberação de adrenalina impede o homem de racionalizar e o libera para o confronto quando acuado ou cobrado. Na mulher o circuito para a agressão é mais ligado às funções cognitivas, emocionais e verbais, possuindo mais recursos biológicos para lidar com o estresse emocional, conversando e negociando a própria relação.
Porém estudos recentes demonstram que embora as mulheres, tenham mais recursos biológicos para conversar e negociar a relação afetiva, elas estão mais vulneráveis aos fatores estressantes (trabalho, casa, filhos, cuidados com o corpo, dinheiro) do que os homens.
Exames de ressonância magnética demonstram que o cérebro masculino possui um numero maior de neurônios nas áreas diretamente relacionadas ao desejo sexual (hipotálamo e amÃgdala esquerda), estimulando e direcionando com mais ênfase os pensamento sexuais.
Nas mulheres os mecanismos cerebrais fazem com que tenham menos desejo sexual, ou seja, pensam menos em sexo que homens. O que não significa que não gostem de sexo.
Esta atitude do gênero masculino é propulsionada pela Testosterona (hormônio da sexualidade) produzido em quantidade 20 vezes superior a encontrada na mulher que em contrapartida produz ocitocina (hormônio da afetividade) em maior quantidade que o homem.
Desta forma com as devidas diferenças podemos compreender as influenciam múltiplas e variáveis que impulsionam de forma positiva ou negativa os diversos vÃnculos possÃveis entre os casais.
A conversa de travesseiro quando bem trabalhada pelo terapeuta sexual estimularia o casal aberturas para outras situações do contexto não sexual.
Dicas para conversa de travesseiro
- Abraçar e beijar após o sexo abre oportunidade de conversas mais intimas.
- Deixe os filhos fora da conversa dos pais.
- Saiba ouvir sem se posicionar como culpado ou vÃtima.
- Evite acusações ou reclamações. Retire as travas, fique mais receptivo.
- Valorize o momento e prepare-se: Higiene, cremes hidratantes e roupas bonitas podem criar um clima estimulante.
- A cama não é um palco para desempenho. Não valorize somente o ato sexual, perceba também os sentimentos.
- Desligue-se do mundo exterior, fale sobre futuro e projetos a dois.
Olá o meu nome é julia