Desde o início as civilizações sempre foram liberais com a sexualidade masculina, o importante era que o homem tivesse uma capacidade eretiva de modo a produzir uma relação sexual satisfatória. A ejaculação precoce não tinha significado, desde que alcançado o prazer, já da mulher o orgasmo não era esperado, pois o único objetivo era a procriação. Para o macho só era problemático quando a ejaculação fosse tão rápida que impedisse a penetração comprometendo desta forma a reprodução.
Com o advento das pílulas contraceptivas, as mulheres finalmente conquistaram o direito a uma sexualidade saudável e prazerosa, passando a exigir daí em diante uma troca sexual mais gratificante com seus parceiros. Nas sociedades igualitárias em que a relação sexual é encarada como um prazer compartilhado é natural que a ejaculação rápida seja considerado um problema psicocultural e disfuncional, causando sofrimento psicológico. Porém em algumas culturas machistas se o homem não leva em consideração o prazer de sua companheira a ejaculação rápida não tem nenhum significado cultural psicológico ou biológico.
Nas civilizações orientais o prazer compartilhado sempre foi uma preocupação comum. O Xeique NEFZAUI (O jardim das delícias) dizia que homem louvável é aquele que sabe controlar a emissão, não sendo rápido na descarga, mesmo porque um beijo úmido é bem melhor do que um coito apressado. Os TAOÏSTAS faziam distinção entre ejaculação e orgasmo, o primeiro como um evento circunscrito à pelve, o segundo como um reflexo em que todo o corpo participa. Com a ejaculação se perde substancia com o orgasmo se ganha prazer, preconizavam, pois muito orgasmo e pouca ejaculação. O significado era de não só dá prazer à mulher, mas principalmente manter a saúde e a longevidade, nesta cultura, ejacular demais então era considerado uma prematuridade.
O entrosamento sexual de qualquer par depende da harmonia sexual desenvolvida ao longo de uma convivência, valorizando mais a adequação e o envolvimento do casal que o tempo ejaculatório, ou o desempenho.
A ejaculação precoce pode ser causada em grande parte por problemas emocionais. Neste caso geralmente devido a sexo rápido e mal feito na adolescência, masturbação com objetivo único de ejacular e tensões emocionais, porém qualquer doença que interfira nas vias nervosas, também pode alterar o reflexo ejaculatório, como por exemplo, alcoolismo, diabetes, uso de drogas etc.
De longe a ansiedade é o grande inimigo e responsável pelo fracasso sexual, fazendo do homem ator e platéia na ânsia de agradar sua companheira, quebrando desta forma a espontaneidade dos sentimentos eróticos O interese pela cura só ocorre quando a mulher cobra uma atitude do companheiro ou quando o relacionamento é significativo para o homem.
As conseqüências deste problema são inúmeras, desde um desgaste das relações com uma separação até a evitação de sexo causando então a disfunção sexual.
A companheira no início, tolera esta disfunção justificando como nervosismo e inexperiência os episódios de ejaculação rápida, porém numa segunda fase, sente-se rejeitada e usada, acusando seu parceiro de egoísmo, chegando à agressão e a busca de um novo par. O tratamento é dos mais promissores em terapia sexual e procura combater a ansiedade aumentando a auto estima afetada com exercícios comportamentais que induzem o homem a olhar para si próprio reconhecendo e identificando os sinais prenunciadores da ejaculação de modo a controlar sua ejaculação.
Algumas clínicas oferecem tratamento com medicações injetáveis intrapenianas, que além de não servirem para tal propósito tornam o homem cada vez mais dependente e menos confiante no controle do próprio pênis. Das disfunções em terapia sexual é a patologia que mais resultados positivos apresenta com o tratamento em que empregamos a psicodinâmica com intuito do esclarecimento das prováveis causas, mesclado a exercícios sexuais eróticos realizados a sós ou entre o casal com o objetivo do reconhecimento dos sinais orgânicos e emocionais que antecedem a ejaculação.