A sexualidade na deficiência ainda é na sociedade atual um tabu. Um tema que não é abordado com frequência mas que o gabinete de Inclusão Social (GIS) da AAUTAD quis trazer para a discussão com a realização de um seminário sobre o tema e que juntou algumas centenas de pessoas. A questão é aqui abordada por quem vive as dificuldades na primeira pessoa.
Márcio Martins é um dos responsáveis do GIS da Associação Académica da UTAD. É tetraplégico desde os 16 anos e conta na primeira pessoa a sua experiência como deficiente na universidade e fala da sua sexualidade como deficiente físico.
Levou o tema “Sexualidade na Deficiência” para discussão porque considera ser uma questão ainda tabu e por ser importante que cada vez mais, pais e responsáveis de instituições que lidem diariamente com deficientes estejam preparados para lidar com a situação. O senso comum delimita a vida sexual aos portadores de deficiência física como se não existisse e importa combater esse preconceito.
Márcio Martins ficou tetraplégico quando tinha 16 anos, num mergulho no rio Tâmega, e recorda-se de ter levado um “abanão”. Várias questões lhe assomaram sobre a sua sexualidade, “como é que iria ser, como é que iria funcionar, será que alguém iria reparar nele estando numa cadeira de rodas”.
Márcio pensou “que nunca mais iria namorar” mas quando saiu do hospital alguns meses depois e contra as expectativas “já estava a namorar”.